McDonald’s cria uma oportunidade de dar visibilidade a um projeto de economia circular real
Assunta Napolitano Camilo
Foto: Acervo de Embalagens da FuturePack
Fiquei inconformada! Esse foi o meu sentimento ao assistir um vídeo, que vi- ralizou na Internet, com o depoimento de “artistas” “globais” mal informados, tratando o pobre do canudo plástico como o vilão do meio ambiente. Isso é um desserviço para a sociedade. O poder da televisão e o tempo demandado para produzir o vídeo poderiam ser utilizados para prestar um serviço de educação à população. As celebridades famosas poderiam chamar a atenção das pessoas para o que realmente é importante e convocá-las a não descartar nada como lixo. Desta forma, evitaríamos a poluição do mar, da terra e do ar.
O âmago da questão é muito maior. O problema está longe de ser o material utilizado, mas sim está na atitude de consumir e “ jogar fora” de qualquer forma e em todo lugar. Temos que ser responsáveis pelo que consumimos e descartamos.
“Lixo” ou resíduo é antes de tudo um material ou matéria-prima que pode se transformar em recurso novamente ou em um problema. Só depende de como o tratamos.
O Instituto de Embalagens entende que é preciso mudar a situação a partir de atitude e ações concretas. Partimos então em busca de uma solução.
Encontramos no McDonald’s uma oportunidade de dar visibilidade a um projeto de Economia Circular real, que ganhou o apoio de empresas como a Plastifama, Plastimil, CooperYara, Dello, Alphacolor, Semaza, Gooder’s e a FuturePack.
O projeto piloto iniciou-se com a coleta dos resíduos de algumas lojas no entorno de Alphaville, em Barueri, São Paulo. Os resíduos recicláveis pré-separados destas lojas foram encaminhados para a CooperYara, uma cooperativa de catadores, que separou os materiais plásticos para reciclagem.
Após a lavagem dos copos e canudos plásticos, juntamos os resíduos pós-processo da Plastifama,
fabricante de canudos, e levamos tudo para a Plastimil, empresa recicladora de plásticos.
O processo de reciclagem do material é previamente planejado, pois são necessários testes laboratoriais para definir os dados de processo. Após esta etapa, o material foi picado e transformado em pellets. Novos testes validaram a possibilidade de reprocessamento.
Para demostrar a viabilidade técnica e econômica, inicialmente foi produzido um porta-lápis, na DELLO, com um molde já existente, e o resultado foi excelente. O porta-lápis foi decorado com rótulos
produzidos pela Alphacolor para ilustrar o projeto piloto.
O passo seguinte contemplou a produção de bandejas a partir do material reciclado na Semaza. O processo exigiu novos ajustes no material, uma vez que os índices de fluidez eram muito diferentes, de 4 para 18.
Também foi produzido um novo papel de bandeja que conta a história do projeto. Incluímos Realidade Virtual, desenvolvido pela Gooder’s para engajar os consumidores e, no verso, uma atividade lúdica para as crianças consolidarem o aprendizado, levando o “lixo” na cesta correta. É uma forma de educar de maneira agradável.
A nossa expectativa é que este projeto piloto inspire a multiplicação de novos exemplos, pois é com atitudes positivas que mudamos o mundo de verdade:
Reciclar é melhor e constrói um mundo melhor!