O que a pandemia do Covid-19 nos ensina sobre o valor da embalagem

Assunta Napolitano Camilo

Sem a embalagem como poderíamos comprar, transportar e armazenar produtos em casa? Sem a embalagem como poderíamos ter e doar álcool em gel? Sem a embalagem como poderíamos proteger os produtos e a segurança dos consumidores? As ações de solidariedade não seriam possíveis sem embalagens

A maioria de nós tem trabalhado em casa, protegidos. Nem por isso, estamos menos preocupados com a saúde de muitos brasileiros e da nossa economia daqui pra frente.

Segundo estudo da IBRE/FGV sobre o mercado de embalagens em 2019, a produção física de embalagens cresceu 3% no ano passado, após avançar 1,9% e 2,6% em 2017 e 2018. Porém, para 2020, segundo Aloísio Campelo Júnior, superintendente de estatísticas públicas do IBRE/FGV, há muitas nuvens de dúvidas. “Em um cenário mais conservador, o PIB pode crescer algo próximo a 1% e a indústria de embalagem 0,6% em 2020.”

Tive a oportunidade de conversar com profissionais dos diferentes setores de embalagens e de algumas indústrias de produtos de consumo. O Carrefour, uma das maiores redes de varejo, cresceu só em março, cerca de 10%; as vendas online dobraram e a empresa está contratando profissionais para atender o aumento da demanda.

Uma fabricante de máquinas impressoras para embalagens flexíveis montou um esquema especial para atender a demanda de assistência técnica, uma vez que produtores de embalagens flexíveis que atendem diretamente o setor de alimentos estão fortemente demandados.

Da mesma forma, os fornecedores de serviços de pré-impressão que atendem estas empresas. Algumas gráficas que atendem o setor farmacêutico enfrentam dificuldade para receber cartão, pois a indústria papeleira tem recebido muitas encomendas de exportação, uma vez que a China ficou alguns meses sem produzir e deixou de atender boa parcela do mercado.

Na mesma linha, a indústria de frascos e acessórios para produtos de limpeza teve um estouro na demanda. A ponto de a Activas, tradicional distribuidor de resinas plásticas, decidir investir no setor de embalagens.

Solidariedade no enfrentamento ao Covid-19

Evidentemente, há setores que foram impactados, como o de comércio e serviços, que estão buscando alternativas para permanecerem vivos. Há também muitas ações de solidariedade, que dão muita esperança a estes setores. O aplicativo Magalu está cadastrando fornecedores pequenos que podem oferecer seus produtos na plataforma e a própria Magalu dará o suporte logístico.

A Procter & Gamble Brasil apoiando a pesquisa, doou duzentos mil reais para a pesquisar sobre o vírus.

 Os donos de grandes marcas estão criando produtos para atender os postos de saúde e hospitais. Incrível a rápida movimentação da cervejaria Ambev para produzir álcool em gel em questão de dias, algo que nunca havia produzido. Ainda destacaria a embalagem do produto: a icônica garrafa do guaraná caçulinha (só que transparente).

A L’Oréal também produziu o álcool em gel e usou a sua reconhecida embalagem de xampu. A Nivea fez o mesmo na embalagem de protetor solar.

A Coca-Cola adotou um rótulo educativo nas suas embalagens para ensinar a população a melhorar sua higiene.

Outras empresas como, a CRS Brands e a Ypê também produziram o álcool em gel para doação, assim como a GualaPack, a Única, a Pirassununga, entre tantas outras.

A Abiplast (Associação Brasileira da Indústria do Plástico), numa ação conjunta com seus associados, forneceu copos, talheres e pratos descartáveis para hospitais.

A Eastman doou materiais plásticos para a produção de protetores faciais para os profissionais de saúde do Brasil. Já a Dow readequou a fábrica de Hortolândia, em São Paulo, para produção de 25 toneladas de álcool em gel para doação para hospitais. Empresas do setor de cosméticos, como Granado, Boticário e Natura doaram sabonetes para muitas comunidades carentes.

A Heineken desenvolveu um aplicativo para apoiar seus pequenos distribuidores, no qual cada doação é doada em dobro para cada estabelecimento. Na mesma linha, há outros movimentos como o “Compredoseubairro”.

O McDonald´s e outros restaurantes doaram lanches aos profissionais de saúde.

Algumas empresas doaram alimentos, kits de higiene e/ou cestas básicas para comunidades necessitadas, entre elas, M. Dias Branco, Jasmine, Grendene, Smurfit Kappa, Tirolez, Cacau Show e segue-se uma lista linda.

Há também vários condomínios arrecadando doações e cestas de alimentos e higiene para compartilhar com comunidades menos favorecidas. Essas iniciativas mostram a enorme força da solidariedade do povo brasileiro. 

Teremos à frente situações difíceis, economia em recessão, porém de qualquer maneira, grande parte dos setores de embalagens deverão experimentar crescimento, outros nem tanto.

Acredito que o consumidor final percebeu o valor da embalagem ao optar pelo consumo de produtos com maior shelf life e que evidenciem maior segurança e proteção.

Ganharam também as empresas que expuseram suas marcas em ações solidárias, usando suas embalagens de alguma forma, já que elas foram as responsáveis por entregar os produtos nos lares.

Ações solidárias promovem um mundo melhor. Saúde e força a todos!

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