É hora de trabalhar por embalagens melhores para um mundo melhor

Assunta Napolitano Camilo

Crises climáticas sucessivas, proximidade da COP 30 no Brasil, novas regulamentações, como a lei europeia, demanda por certificações, entre outros temas, elevam a exigência por melhores embalagens, atitudes embasadas em análises e compromisso com a transparência e verdade nos posicionamentos.

A sustentabilidade é uma exigência do mercado, da sociedade e dos consumidores. É fundamental sempre considerar os três pilares: ambiental, econômico e social – um sem os outros desequilibra.

Precisamos transformar esse desafio em competência real dentro das empresas e ajudar profissionais a desenvolver embalagens melhores para um mundo melhor.

Para isso é mandatório, reciclar os conhecimentos:

  • Conhecer as tendências globais e mudanças regulatórias que estão transformando o futuro das embalagens;
  • Atualizar-se sobre novas tecnologias para redução de impacto ambiental;
  • Inspirar-se com cases reais de empresas que estão na dianteira do desenvolvimento de embalagens com menor impacto ambiental e são referência no setor;
  • Trocar experiências com outros profissionais que buscam o desenvolvimento responsável de embalagens;
  • Analisar toda a “construção” da embalagem ou todo o ciclo, desde o conceito, seus fornecedores, processos até o descarte feito pelo consumidor;
  • Estudar o tema sustentabilidade nas embalagens e seus vários desmembramentos;
  • Propor um plano de ação, aplicável na sua realidade, possível, com metas claras e estabelecer controles para tal; e
  • Reavaliar sempre o plano diante dos resultados e novas demandas e possibilidades.

A economia circular é uma necessidade inquestionável e inegociável, uma vez que resolve três questões:

  • Poupa a extração de novos recursos;
  • Elimina os lixões ou aterros; e
  • Gera novos empregos para muitos.

Para isso acontecer, precisamos:

  • Desenvolver embalagens de acordo os princípios de eco-design;
  • Programas de educação ambiental para os consumidores para que entendam a necessidade de utilização de PCR (material reciclado pós-consumo nas embalagens);
  • Sistema de coletas e separação eficientes;
  • Tecnologia de reciclagem; e
  • Estar abertos às mudanças necessárias.

Legenda: Ecodesign aplicado para embalagens

2025 é o limite para muitas empresas e governos atingirem suas metas ambientais, mas questões políticas e econômicas atrasaram muitos projetos. Novas diretrizes estão sendo impostas.

A principal lei ambiental, a Diretiva sobre Plásticos de Uso Único da União Europeia (UE), impulsiona muitos a trabalharem em prol do meio ambiente.

Produtos plásticos descartáveis ​​são usados ​​uma única vez ou por um curto período de tempo. O impacto desses resíduos plásticos no meio ambiente e na nossa saúde são globais e podem ser drásticos. Eles ​​têm maior probabilidade de acabar nos nossos mares do que opções reutilizáveis. Os dez itens plásticos descartáveis ​​mais comumente encontrados nas praias europeias, juntamente com equipamentos de pesca, representam 70% de todo o lixo marinho na UE.

A UE pretende tornar-se pioneira na luta global contra o lixo marinho e a poluição plástica. As regras visam reduzir o volume e o impacto de certos produtos plásticos no meio ambiente.

Por meio da Diretiva da União Europeia sobre Plásticos de Uso Único, diferentes medidas estão sendo aplicadas a diferentes produtos. Essas medidas são proporcionais e adaptadas para alcançar os resultados mais eficazes, além de levarem em consideração se existem alternativas mais sustentáveis disponíveis.

Os dez pontos abordados pela Diretiva são:

  • Hastes de cotonetes
  • Talheres, pratos, canudos e misturadores
  • Balões e hastes para balões
  • Recipientes para alimentos
  • Copos para bebidas
  • Garrafas para bebidas
  • Bitucas de cigarro
  • Sacolas plásticas
  • Pacotes e envoltórios
  • Lenços umedecidos e itens sanitários

Onde alternativas sustentáveis ​​estão facilmente disponíveis e acessíveis, produtos plásticos descartáveis ​​não podem ser colocados no mercado dos Estados-Membros da UE. Isto aplica-se a cotonetes, talheres, pratos, canudos, misturadores e palitos para balões, além de copos, embalagens de poliestireno expandido para alimentos e bebidas e recipientes de plástico oxodegradável.

Para outros produtos plásticos de uso único, a UE está focando em limitar seu uso por meio de:

  • Redução do consumo por meio de medidas de conscientização;
  • Introdução de requisitos de design, como requisitos para fixar tampas a garrafas;
  • Introdução de requisitos de rotulagem para informar os consumidores sobre o conteúdo de plástico dos produtos, as opções de descarte a serem evitadas e os danos causados ​​à natureza se os produtos forem descartados incorretamente;
  • Introdução de obrigações de gestão de resíduos e de limpeza para os produtores, incluindo regimes de Responsabilidade Estendida do Produtor (EPR).

As metas específicas incluem:

  • Atingir 77% de coleta separada de garrafas plásticas até 2025, aumentando para 90% até 2029;
  • Incorporar 25% de plástico reciclado em garrafas PET a partir de 2025, e 30% em todas as garrafas plásticas a partir de 2030.

As regras da União Europeia sobre produtos plásticos de uso único têm como objetivo prevenir e reduzir o impacto de determinados produtos plásticos no meio ambiente, em especial no ambiente marinho, e na saúde humana.

Elas também buscam promover a transição para uma economia circular, com modelos de negócios, produtos e materiais inovadores e sustentáveis, contribuindo assim para o funcionamento eficiente do mercado interno.

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