Assunta Napolitano Camilo
Inovar é inventar novos produtos, processos, ferramentas ou serviços. Qualquer pesquisa trará outras tantas definições sobre inovação, bem como sua importância estratégica para as organizações, principalmente diante do turbilhão de novas tecnologias e informações que recebemos diariamente.
As evoluções diárias, a inteligência artificial, a “Internet das Coisas”, as conexões inimagináveis e outras novidades lançadas o tempo todo e em todos os lugares do planeta são fatores relevantes para a inovação.
Já sabemos que inovar é fundamental, certo? Então, como nos preparar para seguirmos inovadores? Estudo e conhecimento são importantes, porém o ambiente das empresas deve favorecer e incentivar as novas ideias.
É preciso que a cultura da organização permita que seus colaboradores tenham liberdade para errar, pois errar é inerente ao processo de inovação. Acreditar e apoiar os membros da equipe aumenta a autoconfiança, o que é igualmente importante.
Aplaudir os esforços criativos independentemente do resultado obtido valoriza as iniciativas e cria um ambiente para que floresçam novas ideias e se evite a acomodação. A atitude dos líderes é um dos pilares fundamentais, portanto é seu grande exemplo que motivará a equipe. Além de qualquer discurso, o que impacta é a atitude.
A inovação dever ser entendida como uma estratégia de crescimento e sobrevivência da empresa. A intenção da inovação é a criação de valor para o negócio, enquanto a estratégia ordena e disciplina as condições necessárias para se chegar lá. O que mais importa é a percepção de valor ou o “valor percebido” pelo cliente ou consumidor.
E para que inovar? Para ter uma posição de destaque no cenário competitivo, para se manter no jogo, para levantar a empresa, ou mesmo para sobreviver.
Porém, inovar significa também correr riscos, daí a importância de a organização estar preparada e manter a rota inovadora mesmo com percalços. Seguir persistindo é preciso.
Uma forma de aumentar a segurança ou diminuir os riscos é estudar as alternativas e avaliar se estão de acordo com as tendências apontadas pelo mercado.
Há diversos modelos de dinâmicas para gerar ideias para inovação, o que mais gosto e entendo ser muito aplicável para inovação em embalagens é o método SCAMPER, pois estimula a criatividade, questionando possibilidades de substituir, combinar, adaptar, modificar, procurar outros usos, eliminar e rearrumar.
A escolha do método depende sempre do tamanho e tipo de organização e do processo e produto que se busca inovar. As organizações devem apostar em conhecimento, diversidade, colaboração e respeito ao conjunto (fornecedores, colaboradores, clientes, comunidade) para que a inovação criada gere sucesso e uma vida melhor para todos.
A vantagem de ser uma empresa pioneira é chegar à frente dos concorrentes e assegurar uma condição de “monopólio” temporário, com o benefício de cobrar preço diferenciado por algum tempo. Normalmente, os seguidores surgem rapidamente e o ciclo deve começar novamente, ou partir para as inovações incrementais que podem assegurar uma condição de destaque por certo tempo.
A inovação em embalagens comunica de forma imediata que se trata de algo novo para o consumidor. Isso o comove, é o que ele procura, quer e dá valor.
O consumidor, em média, presta atenção em alguma coisa por apenas cinco segundos. Isso aliado ainda a um mundo onde milhares de marcas brigam por espaço para suas informações. Assim, a melhor forma de se destacar no “barulho” é se valer das imagens e da comunicação visual. Aliás, um estímulo visual chega ao cérebro 60 mil vezes mais rápido que um estímulo de texto. Além disso, 90% das informações que retemos é visual (Amy Balliett, do Killer Infographics).
A inovação em embalagens é o motor da competitividade e a chave para o futuro. A importância das embalagens é notória em qualquer canal de venda – autosserviço (principal), internet ou catálogo –, onde elas terão que comunicar o diferencial e a performance do produto e convencer o consumidor de que são a melhor alternativa.
Quando se inova na embalagem, a comunicação da novidade para o consumidor é direta, além de ser muito mais econômico.
Alterar um produto, muitas vezes, requer alto investimento em pesquisa e desenvolvimento. Embalagens inovadoras ou revolucionárias estão disponíveis, e os investimentos são muito menores.
Quando encontramos uma nova embalagem para o mesmo produto, acreditamos intuitivamente que o produto também é novo. Porém, em pouco tempo, a novidade é assimilada e é preciso buscar um novo ciclo.
Qualquer categoria de produtos de consumo pode ser revolucionada por uma nova embalagem e mudar a história da empresa e o tipo de instalação em virtude das novas linhas de envase que uma nova embalagem pode requerer.
Dessa forma, monitorar as tendências para entender qual será a embalagem do futuro para determinada categoria é questão de grande importância, e muitas empresas já
compreenderam e mantêm o tema em suas reuniões estratégicas.
Assim, as empresas de embalagens também devem monitorar se as suas embalagens se manterão como opção para determinada categoria. Os movimentos das indústrias de consumo podem impactar de forma determinante o setor.
Lembro sempre aos participantes dos nossos cursos que muitas vezes a chave da mudança está em outra gôndola, ou em outra categoria, pois uma solução que deu certo em uma pode ter sucesso com nova “roupa”. Esse caminho pode acelerar e reduzir muito os custos de inovação.
Grandes empresas já se beneficiam da sinergia entre seus produtos ao realizar essas “transferências de conceitos”.
Os pontos de venda estão cheios de novas propostas e aplicações das embalagens, que surgem como alternativa de ruptura da mesmice de algumas gôndolas e chamam a atenção
dos consumidores.
Visitar as gôndolas de outros segmentos ou mesmo outros pontos de vendas é sempre uma excelente alternativa para ter ideias diferentes para embalar os seus produtos.
É possível verificar se alguma solução que já está funcionando poderia se adaptar à sua busca por inovação, revolução ou para romper com um status quo da categoria.
INOVAÇÃO EM EMBALAGENS DE VIDRO
As cinco megatendências de consumo em evidência são: conveniência, estilo, segurança, saúde e ética. Tendências como sofisticação, newstalgia, preocupação com os animais, crescimento dos produtos orgânicos e veganos, novos alimentos, exploração de aspectos culturais, entre outras, são grandes oportunidades de negócios para a indústria de embalagens de vidro.
Considerando o movimento mundial na questão ambiental, toda a cadeia de embalagens de vidro tem novamente a chance de se tornar uma importante alternativa.
Um dos diferenciais das embalagens de vidro é a possibilidade de conferir posicionamento premium aos produtos. As técnicas de sofisticação, como o desenvolvimento de moldes especiais e a aplicação de recursos de acabamentos, permitem que essas embalagens revelem aos consumidores as propriedades únicas do produto.
Estilo, beleza e adequação aos diferentes grupos de consumidores podem desequilibrar a competição. Há novos grupos de consumidores, e as empresas são cada vez mais desafiadas a atender a todos. Então, a diversidade de produtos é inevitável.
Vivemos um momento especial que a sociedade humana nunca viveu antes. A velocidade das mudanças, a quebra de paradigmas e a ruptura de crenças e valores têm sido muito altas. Estamos passando por uma nova revolução. Em poucos meses, tudo mudou! Inclusive a forma de incentivar novas ideias e empresas. Muitas organizações têm investido em “aceleradoras” ou startups para ampliar o leque de propostas de solução ao mesmo tempo que reduzem custos.
Graças à sua versatilidade e possibilidades, as embalagens de vidro podem oferecer soluções personalizadas para uma ampla variedade de necessidades em inúmeros produtos, aplicações e setores.
DESIGN: as embalagens de vidro oferecem tantas opções para os designers que nem num livro específico para tal poderíamos abordar todas as possibilidades;
ECODESIGN: considere tampas que possam ser facilmente separadas e garrafas mais leves que utilizem material reciclado pós-consumo na sua composição, além de boa rotulagem;
CORES: além das tradicionais âmbar e flint, em lotes de larga escala, é possível obter outras cores, ou ainda fazer uso de pintura total;
DECORAÇÃO: pode ser feita de inúmeras maneiras, como impressão direta na embalagem por serigrafia e vários tipos de rótulos.
A mais recente inovação é o Drinktainer, uma embalagem de vidro que em breve será disponibilizada em bares e restaurantes brasileiros. O consumidor solicita a bebida, o garçom enche a garrafa e uma máquina coloca a tampa para que possa ser levada para casa
A TROPPO usou um pote standard com design moderno, deixando o produto ser visto, e “rótulo” de papel kraft, lembrando as antigas conservas feitas
em casa. O cordão de sisal que envolve a embalagem dá o toque final