Em Paris, percebi que o fascínio pode estar em algo inusitado: conservas de pescado que contam histórias e mudam o simples em extraordinário
Coração em disparada. Imagino que seja assim que os amantes de vinho se sentem ao entrar numa adega e foi exaytamente o que aconteceu comigo, diante da loja da Belle-Iloise, em Paris, na França: percebi que o fascínio podia ser por algo inesperado, como em latas de conservas de pescados. O brilho metálico das icônicas latas coloridas me envolveu, criando uma atmosfera ao mesmo tempo acolhedora e sofisticada.
Jamais imaginei que um lugar assim pudesse existir. Antes de entrar, fiquei alguns instantes observando o movimento do lado de fora. A curiosidade me venceu, e, ao cruzar a porta, continuei observando, imersa naquele universo.
Os clientes chegavam decididos, buscando produtos específicos, mas se deixavam levar pelas histórias contadas pelos vendedores. Eles explicavam com paixão as receitas, as combinações, as novidades. Alguns escolhiam delicadas caixinhas, enquanto outros saíam apenas com algumas latinhas em sacolas – havia opções sofisticadas para presente e outras mais simples, mas todas carregavam algo especial.
O meu verdadeiro presente foi viver essa experiência no ponto de venda. Conhecer de perto uma empresa que conseguiu transformar um simples pescado em um conceito, em uma marca com alma.
Tudo se resume a propósito. E o deles é claro: amam suas sardinhas, cuidam de cada detalhe e as transformam em algo extraordinário.