Mercado em Pauta – Convidado João Carlos Basilio
A indústria de higiene pessoal, perfumaria e cosméticos iniciou o ano com projeções de crescimento bastante otimistas e com forte demanda de produtos. Essa expectativa positiva, segundo João Carlos Basilio, presidente executivo da ABIHPEC (Associação Brasileira da Indústria de Higiene Pessoal, Perfumaria e Cosméticos) foi baseada principalmente em função do desempenho do setor em dezembro de 2019 que continuou em ascensão em janeiro. Mas a pandemia mudou o cenário. O setor foi considerado essencial e as fábricas não pararam. “Essa conquista foi muito significativa para nós e fez toda a diferença no desempenho da nossa indústria. Houve um salto de produção de álcool em gel. Conseguimos abastecer o mercado em menos de 50 dias”, revela Basilio. O boom do e-commerce também favoreceu o desempenho do setor de higiene pessoal, perfumaria e cosméticos. Segundo Basilio, o Brasil tinha 15 mil e-commerces antes da pandemia e saltou para 150 mil e-commerces em abril. “Na crise, o brasileiro responde rapidamente para encontrar uma solução. As vendas do setor nas datas comemorativas – Dia das Mães, Dia dos Namorados e Dia dos Pais – foram muito positivas e contribuíram para o crescimento de 0.95% no primeiro semestre de 2020”, explica o presidente executivo da ABIHPEC. “As importações sofreram uma queda entre 20% e 25% principalmente em função do segmento de perfumaria que é o maior business. Já as exportações tiveram uma queda menor entre 3% e 4%”, informa. Para Basilio é difícil fazer uma previsão para 2020. “Considerando o histórico do primeiro semestre do ano e o mês de julho que mostrou uma recuperação, esperamos um crescimento de 1.5%. Estamos falando de um mercado de R$ 140 bilhões/ano e a estratégia das empresas é manter o market share e buscar a inovação em produtos”. A aprovação da reforma tributária em outubro, segundo ele, será muito importante para aumentar a competitividade do setor de higiene pessoal, perfumaria e cosméticos. “A simplificação dos tributos e a unificação da alíquota para todos os produtos vão beneficiar o desenvolvimento de novos produtos e a inovação”.